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Ferramentas revitalizadoras: A Palavra de Deus (Parte 2)

Ajuda-me a entender tuas ordens e eu meditarei em tuas maravilhas.”

(Salmo 119.27)


Na segunda parte dessa nova série, vamos continuar falando sobre a Palavra de Deus como uma ferramenta fundamental para a vitalidade espiritual do cristão. No editorial anterior, falamos sobre como o nosso coração é essencial no que se refere ao crescimento espiritual. Também abordamos a importância de ler, ouvir e estudar a Palavra de Deus, que são ações cruciais na manutenção e progresso de uma vida de santificação. Neste texto falaremos sobre como podemos mergulhar mais fundo na Verdade, com atitudes e hábitos saudáveis que vão ajudar a solidificar as Boas-novas em nosso coração, e a fortalecer a nossa fé para uma vida de prazer no Senhor.


Memorize

Cristãos modernos têm perdido o hábito de memorizar versículos. Esta prática tem sido tratada mais como algo penoso e sacrificial do que como um benefício para a sua saúde espiritual. Precisamos rejeitar esta imagem sofrível e enxergá-la como um hábito piedoso, que vai ser crucial para o nosso crescimento espiritual e para vencermos o nosso pecado. A Bíblia é a Palavra de Deus, e guardá-lA em nosso coração é estarmos abertos a sermos incomodados e guiados pela voz do Senhor em nossa consciência. O apóstolo Paulo ensina que todo cristão deve se revestir de toda a armadura de Deus, sendo a arma final e fundamental a espada do Espírito — a Palavra de Deus (Efésios 6.11–17). Quando guardamos a Verdade em nossa mente, temos não somente letras, mas a Palavra viva do Criador, e é Ela que irá nos ajudar nas batalhas que iremos travar contra o nosso coração e contra o mundo que nos assedia com mentiras.


O Senhor Jesus, quando tentado por Satanás no deserto, usou a Palavra de Deus memorizada para repudiar as mentiras e artimanhas do inimigo (Mateus 4.1–11). O salmista desejoso de não pecar, escreve: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Salmo 119.11). A Bíblia nos mostra a importância dessa prática, justamente por nos equipar com a Verdade — portanto, precisamos retomar esta excelente prática.


Medite


“Um cristão sem meditação é como um soldado sem armas,

ou um operário sem ferramentas.”

(Pr. Thomas Watson)


O meditar na Palavra é uma prática muito comum entre os personagens bíblicos. Não tem nada a ver com a meditação da religião budista, ou a do yoga, onde o objetivo é esvaziar a mente. Na prática bíblica, meditar é encher nossa mente com a Palavra, buscando a Deus e a Sua vontade. Meditar exige esforço, dedicação e tempo. Não há como termos uma vida cristã saudável sem “suor” diante da Palavra. Para começar uma boa meditação, é imprescindível memorizar o que se pretende ruminar. No Salmo 63.6, o salmista diz: “No meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite”. Davi, quando escreveu este Salmo, estava lembrando da Palavra do Senhor no deserto, puxando de sua memória verdades sobre quem o Senhor era para confortar seu coração. Em Josué 1.8, Josué assume a liderança do povo, e Deus está dando-lhe direcionamentos de como proceder. Diante dessa grande tarefa, Deus diz: “Medita nele [i.e. no Livro da Lei] dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito” (Josué 1.8). O próprio Deus instrui Josué a meditar na Lei para que dEla não se desvie. O Senhor sabe que precisamos, repetidamente, ler e reler para absorvemos as palavras, internalizá-las tão fundo em nossos corações até que elas se tornem como parte de nós.


Meditar nos ajuda a focarmos mais no Senhor (Salmo 119.15), a compreendermos melhor sua Lei pela exposição constante à Bíblia (Salmo 119.27), a adorá-lO por quem Ele é e por conhecê-lO cada vez mais (Salmo 63.5, 6), e encontrar prazer e satisfação em Sua presença (Salmo 1.1, 2). Meditar na Palavra certamente vai nos fazer andar por caminhos de santidade e de bons frutos diante de Deus e dos homens.


Viva na Prática

A ponta final de todo esse processo está em colocar em prática a Palavra de Deus. A leitura, os estudos e o tempo de meditação não fazem sentido se você não dá frutos de tudo o que tem aprendido e entendido sobre a Verdade. Vivê-lA está intrinsicamente ligado à prática — realizar boas obras, frear desejos ruins do coração, fugir da tentação, amar a Deus mais do que tudo. Tiago 1.22 diz: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (ênfase do autor). Há um alerta para um autoengano, para aqueles que se satisfazem simplesmente por irem a uma igreja ouvir um bom sermão ou ler a Bíblia no dia a dia. Sem uma vida que produza frutos, caminharemos de forma que não agrada ao Senhor, pois toda boa árvore dá bons frutos.


Uma vida que frutifica nunca pode estar desconectada da Videira, que é Jesus Cristo (João 15). Do contrário, poderemos cair em um caminho de legalismo e no vazio de simplesmente cumprirmos regras por cumprir. Conectados à Videira, frutificamos (Mateus 13.23) para a glória dAquele que nos chamou para uma vida, não mais para nós mesmos, mas para o proposito real para o qual fomos criados: servir e nos relacionar com o Deus criador.

Quando for meditar na Palavra, sugiro estas perguntas como auxílio para uma vida prática e de crescimento:


1. O que esse texto fala sobre Deus, o Evangelho e sobre o homem?

2. Como tal passagem me ensina mais sobre o caráter de Deus? Tenho crescido em confiança baseado no caráter de Deus?

3. Como essa passagem fala comigo? O que ela fala sobre mim? Sobre meus desejos e motivações?

4. Como a passagem me chama à responsabilidade em minhas ações? O que preciso fazer para mudar? O que preciso consertar e confessar?


Editorial de William Rubial


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