O desafio de escrever um texto quando se vive no ano de 2021 é, primeiramente, não fazer menção, comparação, crítica, súplica ou desabafo sobre a pandemia causada pelo coronavírus. Parece que para cada aspecto de qualquer assunto por mais aleatório que seja, encontra-se uma ilustração pandêmica. A Covid-19 infectou nossa rotina a ponto de parecer que não existe um só aspecto ou tema que tenha sua própria história sem um paralelo ou aplicação com o famoso vírus.
Por causa disso, quando penso no assunto EVANGELISMO, vem à minha mente frases como: Cristãos contagiando o mundo; Mensagem salvadora que não se limita a fronteira alguma; Boas-novas de salvação para homens, mulheres, crianças e idosos sem distinção; Inevitável alcance mundial, e por aí vai. E embora o foco do texto seja a importância do evangelismo para a vitalidade do cristão, se durante a sua leitura as implicações, exemplos ou desafios levarem seu pensamento à pandemia atual, não se culpe, evangelismo e pandemia têm similaridades.
Sendo eu ouvinte, frequentador e participante de diversas conferências missionárias, ouvi e li diversas frases de impacto, com verdades absolutas e desafiadoras, que entendo terem sido mensagens do nosso Deus, comunicadas através de homens e mulheres que dedicaram suas vidas em tempo integral para anunciar Cristo por todos os cantos da Terra. Talvez minha frase favorita seja: Falar de Jesus faz bem. Não seria justo dar o crédito a somente um pastor ou missionário que faz uso dela, pois não é exclusiva. Mas quando repito esta frase, na minha mente vem a imagem do Pr. Marcelo Gonçalves, missionário da nossa igreja no Uruguai por mais de uma década, finalizando um “causo” quer seja bem-sucedido de conversão ou não. Falar de Jesus faz bem — faz bem para quem ouve e para quem fala. Por isso, quero abordar aqui 3 aspectos sobre o “falar de Jesus”:
1) Só pode falar de Jesus quem O conheceu. A cura do homem paralítico no tanque de Betesda tem um detalhe que torna a história mais adequada ainda a este aspecto de que é preciso conhecer a Cristo para falar dEle (João 5.13–15). O homem paralítico, ao ser curado, não teve o entendimento total do milagre. Devido à grande multidão, ele somente ouviu a ordem de “pegar a maca e andar”, e foi o que ele fez. Somente mais tarde, num segundo encontro com Jesus, ele soube quem realmente o havia curado, e só então ele contou aos judeus sobre Jesus.
2) A alegria de dividir a mensagem transformadora. Em João 4.28, 29, temos na atitude da mulher samaritana, que acabara de conhecer o Messias prometido, a pronta reação de testemunhar sua conversão. Tão logo entendeu a mensagem de Cristo (desta vez sem uma ordem direta para testemunhar como foi com Pedro), ela deixou seu cântaro para trás e, tomada por um sentimento de alegria, sua primeira reação foi justamente falar de Jesus.
3) Existe o aspecto de mandamento. Ao invés de citar a famosa passagem de Mateus 28, quero dar uma atenção a outro texto que está em Atos 10, que relata a conversa de Pedro e Cornélio, nos dando uma noção de alguns aspectos de como acontecia o evangelismo. Pedro é chamado pelo oficial romano Cornélio para visitar sua casa, e logo explica ao oficial que sua missão de pregar era para todos sem distinção de nacionalidade ou credo (Atos 10.28). Depois, ele dá uma noção geográfica ao citar o crescimento do testemunho por toda a Judéia (Atos 10.37). Finalmente, o apóstolo deixa explícito o princípio de evangelizar (Atos 10.42) como uma ordem somente para aqueles que conheceram a Cristo.
Pensando somente nestes três aspectos, já formamos uma ideia da importância do evangelismo na vida do cristão. Primeiro, Deus separa aqueles que fazem parte do time dos salvos por Jesus (cuidado, são só 2 times). Depois, Ele lhe permite demonstrar sua gratidão por fazer parte deste time. E por fim, evangelizar faz do cristão um ser obediente e diligente, que serve a um Deus justo, bom e que enxerga o coração.
De forma prática, para desenvolver este lado evangelista da sua vida cristã, tenha sempre uma lista de pessoas não crentes com quem você conviva. Clame diante de Deus pela salvação de cada uma delas. Tenha atitudes intencionais a fim de criar oportunidades de desenvolver assuntos que levem a uma conversa sobre Deus. Envolva-se com missões locais. Participe de grupos de oração. Visite o campo missionário. Adote missionários orando regularmente por eles. Adote missionários contribuindo financeiramente. Envolva-se nos ministérios de evangelismo da igreja. E para os pequenos grupos, tenham sempre uma cadeira vazia disponível para um incrédulo ouvir você falar de Jesus!
Editorial de Márcio Giffoni
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