Começos de ano são sempre muito parecidos para a maioria das pessoas. No curto período de descanso entre as festas, somos naturalmente levados a pensar nas coisas que gostaríamos de ter feito diferente no ano que passou e delineamos alguns objetivos a serem alcançados no ano seguinte. Para nós, cristãos, isso envolve não só objetivos profissionais e familiares, mas também os velhos “vou ler a Bíblia inteira esse ano”, “vou gastar mais tempo no meu devocional” e, finalmente, “esse ano eu vou me envolver mais nos ministérios da igreja”. Todas essas coisas são muito boas, devemos crescer cada vez mais na comunhão com o nosso Deus e sempre podemos servir mais às outras pessoas, mas elas costumam cair na mesma lista de tarefas que “vou juntar dinheiro para comprar aquele carro novo que tanto queria”. Em meio a tantos desejos legítimos e egoístas, precisamos de ajuda para traçar o que realmente importa. E a Palavra de Deus nos dá a direção correta a seguir.
Salomão, ao concluir seu ensaio sobre a vida deste lado do céu, afirma:
“Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem.” (Eclesiastes 12.13)
Essas são as palavras de alguém extremamente sábio, mas que havia buscado seus desejos durante muito tempo, sem achar satisfação neles. A lista de prioridades de Salomão para o ano seguinte teria apenas dois itens: temer a Deus e obedecer aos seus mandamentos, pois isso é o que todo homem deve fazer. Mas como podemos aplicar isso à nossa rotina?
Temendo ao Deus da Palavra
Temor a Deus só pode ser real se conhecemos verdadeiramente ao Deus da Palavra, quando respondemos de maneira correta à pergunta “Quem é Deus?”. E a Palavra responde: Ele é o Deus que criou todas as coisas, inclusive o homem (Gênesis 1 e 2), e por conta disso tem poder e autoridade sobre toda a criação. Ele é o Deus que é justo e que ordena ao homem que seja justo também, como imagem e semelhança dele (Gênesis 4 e 6). Ele é o Deus que traz punição sobre a iniquidade (Gênesis 6 e 7), mas é misericordioso com os pecadores que o temem (Gênesis 8 e 9). Ele é o Deus que é grande o bastante para tirar o seu povo da nação mais poderosa do mundo (no livro de Êxodo), mas que também dá instruções detalhadas sobre como esse povo deveria se relacionar com Ele, deixando claro que sua santidade era algo sério. Esses são alguns poucos exemplos do que podemos conhecer de Deus, mas todos giram em torno da mesma afirmação: nosso Deus é o Todo-Poderoso criador, a quem devemos toda honra. Nós não existimos de maneira independente dEle, mas tudo gira ao seu redor, inclusive as nossas pequenas vidas. Isso já deve nos encher de temor.
Obedecendo ao Deus da Palavra
O verdadeiro temor a Deus leva a uma vida de obediência a Deus, são duas faces de uma mesma moeda. Isso estava claro na mente de qualquer judeu, já que a Lei de Moisés era tanto extensa quanto específica. Mas por onde começar? Como cumpri-la?
“Então perguntaram-lhe:
O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?
Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou.”
(João 6.28,29)
A obra essencial que Deus nos dá é crer nele. Mais do que isso, é crer no Deus que enviou Jesus ao mundo. A Lei nos mostra nossa total incapacidade de agradar a Deus e nos relacionar da maneira correta com ele e com as pessoas ao nosso redor. Ela ressalta nosso egoísmo diante de um Deus santo. A Boa Notícia é que o próprio Deus proveu o sacrifício perfeito que tira o nosso pecado e colocou o seu Espírito em nós para nos transformar à imagem do seu Filho. Depositar nossa esperança nele é a única maneira de realmente obedecer a Deus. A partir do momento que fazemos isso, começamos uma jornada de conhecer as suas ordenanças, o que deve nos levar a um autoexame e consequente mudança daquilo que não está conforme o padrão de Deus, capacitados pelo Espírito (Tiago 1.22-25). Não há como dizer que cremos em Deus e não obedecemos a Seus mandamentos, mas agora o próprio Deus nos dá poder para tal.
Portanto, ao traçar nossas prioridades nesse ano, tenha em mente o que é essencial: crescer em temor e obediência. Que esses objetivos ocupem o topo da nossa lista e que isso nos inspire a viver uma vida de constante transformação no poder de Deus que atua em nós!
Editorial de Petrônio Nogueira
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