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Novas resoluções de fim de ano

Fazer resoluções ao final do ano é uma prática saudável, e que muitos praticam como forma de analisar o que se passou — problemas, soluções, bênçãos e muitos mais. Todos deveríamos fazer essa análise, pois ela pode nos ajudar a olhar para frente consciente do passado, principalmente quando falamos da nossa vida cristã. O objetivo final sempre é crescer em graça, maturidade e conhecimento do Senhor. Contudo, as resoluções de fim de ano podem ser um pouco frustrantes. Quando feitas em uma perspectiva um “pouco” fora da realidade, como prometer não mais pecar, elas podem nos fazer ter experiências ruins e nos levar ao desânimo. Por isto, precisamos ser sábios e sensatos no que faremos para crescermos sem colocar um fardo pesado em nós mesmos.


Cuidado com “tiros no pé”

Ao pensarmos no que podemos fazer de diferente para crescermos e amadurecermos, precisamos tomar cuidado com algumas decisões que podem não ser muito sábias. Aonde queremos chegar? Precisamos ser realistas e prudentes quando ansiamos por mudanças reais em nossas vidas. Os planos devem se enquadrar dentro da realidade do nosso dia a dia. Se você é uma pessoa que gosta de dormir e resolve querer orar às 3 horas da manhã todos os dias, pode ser que seja algo difícil de alcançar. Talvez seja melhor encaixar dentro de uma realidade mais plausível para o seu contexto e horários livres durante o dia.


Cuidado ao criar planos e resoluções que vão criar fardos pesados para que você cumpra o que pretende para agradar mais ao Senhor. Criar metas que vão atrapalhar sua rotina ou sufocar seu tempo podem adicionar uma carga que você pode não conseguir carregar. Se sua rotina já é estressante e cansativa, é necessário mudanças mais sutis e prudentes.


Lembrando, o nosso maior fardo já caiu diante da cruz de Cristo, por isso não necessitamos criar outros para parecermos mais crentes e até mesmo para tentar agradar a Deus. Jesus já satisfez o Pai em nosso favor. Alegremo-nos nEle e em sua obra!


Vá devagar

Talvez nenhuma outra geração tenha passado por tantas e tão rápidas mudanças como a nossa. Em certa medida, tudo é muito rápido hoje em dia, mas nós não mudamos assim e precisamos ter consciência disso. Quando decidimos mudar, visando amar mais ao Senhor, precisamos compreender que muitas mudanças são lentas e graduais. Por isto, é muito melhor focarmos em poucas resoluções, em poucas mudanças de hábitos do que em um “mar” de coisas que não daremos conta. O apóstolo Paulo escreve o seguinte em 1 Coríntios 15.10: “...pela graça de Deus, sou o que sou...”. Paulo compreendia plenamente que as capacidades que ele tinha, tudo que fez como servo e sua transformação, foram pela graça de Deus. Precisamos aprender a dependência da graça de Deus, pois ela opera em nós, nos moldando e fortalecendo.


Vislumbre o objetivo

Conheço um grupo de homens que se reúne numa praça bem cedo durante a semana para se exercitar. Apesar da boa conversa, risadas e suor, vejo neles um objetivo em comum — um vislumbre de recompensa, uma vida mais saudável e, se possível, “pneus” a menos. Quando formulamos resoluções, precisamos ter um objetivo claro e tangível. A Palavra de Deus nos dá ambos. Em Efésios 1.3–14 Paulo disserta sobre as bênçãos que temos de Deus em Cristo. Fica claro, pelo texto, que o objetivo de nossas resoluções deve ser a glória dAquele que nos salvou em Cristo. Não somente isto, mas Ele mesmo é quem se encarrega de nos fortalecer e faz possível as mudanças em nós por Cristo.


Por isso, nossas resoluções não devem ser para “parecermos” mais piedosos, nem para fomentar uma imagem de “superioridade espiritual”, mas de fato para sermos mais semelhantes a Jesus, pois Ele é a nossa maior bênção, nossa recompensa — e as implicações de vidas resolutas em Cristo vão aparecer em amor a Deus, amor ao próximo e dedicação ao corpo de Cristo.


Diga ao fraco, forte sou!

Ninguém disse que a vida cristã seria simples e fácil. Momentos frustrantes virão durante a caminhada, e quando pautamos nossos esforços em nossas próprias forças, fatalmente veremos tudo indo mal. O salmista já cantava “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti” (Salmo 84.5). Este é o ponto fundamental quando nos achamos fracos.


O apostolo Pedro é assertivo ao dizer “se alguém serve, faça-o na força que Deus supre” (1 Pedro 4.11). Quando compreendermos que nossa caminhada para glória de Deus é baseada na força que vem dEle mesmo, então, começamos a ver as lutas e quedas sob uma perspectiva diferente — com a que Deus deseja que enxerguemos. Foi exatamente isto que Paulo quis dizer em 2 Coríntios 12.10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte.”


Está difícil, ore!

A oração é fundamental para a vida cristã. A caminhada, com resoluções ou não, deve ser banhada pela oração. A oração revela não somente um coração desejoso de um relacionamento com Deus, mas também dependente dEle. A oração é o meio pelo qual nos fortaleceremos em Cristo, quando colocamos nossas dúvidas, medos e fraquezas diante do Deus que renova nosso ânimo.


Paulo orava pelos Tessalonicenses incessantemente porque experimentava em sua vida as bênçãos de Deus por meio da súplica. As petições dele para os de Tessalônica visava o crescimento em santidade, uma fé madura e boas obras, com o fim de serem objetos da glória a Deus (2 Tessalonicenses 1.11, 12). Devemos clamar a Deus por nós mesmos como Paulo fazia por eles, e assim renovaremos nosso ânimo, clamando a Deus para que sejamos instrumentos de glória e louvor a Ele.


Portanto, a vida crista não se resume a resoluções, mas elas fazem parte do nosso contexto e podem ser um auxílio no progresso em santidade. Mas nunca podemos esquecer que elas não são como metas empresariais, nem missões militares, que devem ser cumpridas a qualquer custo. Elas são apenas uma ferramenta para nos ajudar a glorificar ao Senhor, amando mais sua Palavra, dependendo mais de Sua graça e servindo mais aos irmãos, em edificação ao corpo de Cristo.


Editorial de William Rubial


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