Em nossa vida, grande parte de nossos problemas vem por não vermos as coisas do ponto de vista de Deus. Vimos exatamente isso ao estudarmos “O sábio de Provérbios”. Com a amizade não é diferente. Muitas vezes, o que buscamos em nossos amigos são interesses comuns, companhia e atenção. Essas são coisas boas, entretanto, no padrão de Deus, amigos são muito mais do que isso. Para entendermos melhor o conceito bíblico de amizade, vamos iniciar com aquilo que o próprio Cristo ensinou sobre o assunto:
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este:
de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos,
se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.”
(João 15.12-15)
Para Jesus, a amizade estava pautada no amor e isto era algo que vinha da obediência a Ele. Entretanto, essa obediência não era fruto de uma relação puramente de servidão, mas de amizade, pois seus discípulos conheciam as razões pelas quais o deviam seguir. A partir desses conceitos, vamos destrinchar aquilo que o livro de Provérbios nos coloca de maneira tão prática a respeito da amizade.
O amigo ama
“Em todo tempo ama o amigo,
e na angústia se faz o irmão.”
(Provérbios 17.17)
Como Jesus disse, a amizade está baseada no amor. E isso é algo que deve acontecer “em todo o tempo”. A todo momento, o amigo deve buscar os interesses do outro e não satisfazer os seus próprios. Isso é ainda mais evidente em momentos de tristeza e angústia, onde a atitude abnegada de um amigo que ama de forma verdadeira, pode fazer toda a diferença.
O amigo guia
“O justo serve de guia para o seu companheiro,
mas o caminho dos perversos os faz errar.”
(Provérbios 12.26)
Por outro lado, a amizade a que Jesus se referia estava atrelada à obediência. Ou seja, um bom amigo tem o papel de levar o outro por caminhos corretos, ensinando e guiando de forma justa. É nesse contexto que a obediência se insere, ao termos a humildade de ouvirmos os nossos amigos. Sendo Jesus a personificação da Justiça, obedecê-lO e ouvi-lO era o que seus amigos deviam fazer a todo instante.
O amigo repreende
“Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
Leais são as feridas feitas pelo que ama,
porém os beijos de quem odeia são enganosos.”
(Provérbios 27.5, 6)
Guiar um ao outro muitas vezes é algo difícil, ainda mais em situações em que o outro apresenta um espírito de rebeldia contra o Senhor. A figura do amigo é fundamental nessas horas para repreender de forma franca e amorosa.
O amigo não abandona
“Como o óleo e o perfume alegram o coração,
assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial.
Não abandones o teu amigo...”
(Provérbios 27.9, 10a)
Mesmo nos momentos de rebeldia, o amigo não abandona o outro, assim como nosso Senhor não o faz. A verdadeira amizade encontra doçura nos conselhos, mesmo quando os seguir é custoso.
O amigo alegra
“O olhar de amigo alegra ao coração;
as boas novas fortalecem até os ossos.”
(Provérbios 15.30)
Além da alegria que vem dos conselhos cordiais, um olhar de um amigo também pode levantar nosso espírito e fortalecer nossos ossos, muitas vezes abatidos pelas circunstâncias da vida e por nossos próprios pecados ou de outros.
O amigo edifica
“Como o ferro com o ferro se afia,
assim, o homem, ao seu amigo.”
(Provérbios 27.17)
Por fim, a amizade é um processo de edificação mútua que Deus preparou para crescermos e nos tornarmos mais parecidos com seu Filho. A edificação que uma amizade santa traz é fundamental em nossa caminhada cristã, um presente que Deus nos dá ao colocar pessoas dispostas em investir em nossas vidas, principalmente na igreja em que congregamos.
E você? Tem sido um bom amigo? Tem separado um tempo para investir na vida de amigos, amando-os, guiando-os, alegrando-os, edificando-os e não os abandonando nas horas difíceis?
Editorial de André Negrão
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