Uma abordagem bíblica e amorosa
Devemos chamar um cristão de cristão homossexual? Quando colocamos um rótulo em alguém, normalmente ligamos a identidade daquela pessoa ao rótulo que está sendo dado. Embora seja parte da experiência de vida daquela pessoa, não é o que a define se ela é salva. Na cruz, Cristo pagou o preço pelos nossos pecados e nos deu uma NOVA identidade — nós já recebemos sua justiça. 1 Coríntios 6.9-11 deixa isso completamente claro. Nós éramos de uma forma, definidos pelos nossos pecados, mas Cristo nos dá uma NOVA identidade — cristãos, filhos de Deus, justos, santos.
Libertação vs. Ausência de tentação
Em nenhum lugar da Bíblia nós vemos promessas sobre ausência de tentações, e esse é um ponto que precisamos ter muito cuidado quando se trata de pessoas que lutam com a homossexualidade. O que vemos é o poder de Deus à nossa disposição para lutarmos contra elas e vencermos. Nossos desejos podem ser controlados.
A Palavra de Deus nos ensina a ser sábios, a buscar a pureza, a enxergar Cristo como suficiente, a encontrar satisfação no nosso relacionamento com Deus. Em meio a um mundo caído e a uma natureza pecaminosa, Deus nos chama a negar nossos desejos e buscar uma vida pura (Romanos 12.1,2; Efésios 4.21-24).
Sinais de um verdadeiro arrependimento
Mudança bíblica não significa necessariamente casamento, significa santidade. Santidade é algo abstrato, então algumas coisas mais palpáveis para observarmos são:
Nova perspectiva sobre gêneros e sexualidade
Domínio próprio (não permitir que outras formas de impureza apareçam, como pornografia, etc.)
Abordagem diferente diante da comunidade (participação, abertura, conversas, etc.)
Novas amizades com pessoas do mesmo sexo (amadurecimento e aprendizagem sobre o que é ser homem/mulher, exemplos, etc.)
Nova definição de vitória e esperança (entender que Cristo é nossa única esperança, que a luta será pelo resto da vida, que quedas são prováveis, que há mais satisfação em Cristo, e que um dia tudo será novo)
Para alguns, esse processo de santificação irá significar um casamento saudável, a construção de uma família e tudo mais. Para outros, esse processo resultará em celibato. Isso não significa um arrependimento menor, mas uma mostra de que Deus trabalha de formas diferentes em pessoas diferentes. O sinal de arrependimento não é o casamento, mas uma maior afeição por Cristo. Precisamos ter cuidado para não sermos moles em nossa exortação, mas também precisamos entender a profundidade do problema que estamos lidando.
Heterossexualidade não significa pureza. Todos nós experimentamos uma quebra na sexualidade como Deus planejou — pornografia, masturbação, pensamentos impuros, conversas maliciosas, desejos desgovernados, etc.
A mensagem para quem luta com a homossexualidade é a mesma do que para todos nós. A solução para a homossexualidade é a mesma do que para todos os outros problemas que temos — Jesus Cristo. Outra mensagem não poderá e não irá resolver o problema de ninguém, independente do problema específico daquela pessoa. A homossexualidade é falsa adoração, é buscar na criação aquilo que somente Deus pode nos dar. Se alguém luta com isso somente por não querer sofrer preconceito, ou porque os pais não irão aceitar, ou porque isso pode acarretar em doenças, essa pessoa ainda não entendeu a gravidade do problema.
Pensando em um iceberg, a homossexualidade é só a ponta, só o que fica por cima da superfície. É importante lidar com isso, mas existe muito mais abaixo da superfície. Se queremos ser efetivos na nossa ajuda e na nossa luta contra esse pecado, precisamos ir fundo, no fundamento desses desejos errados.
Paciência também é essencial nesse processo. Santificação não é um processo rápido e simples. Leva tempo para moldar pensamentos, normalmente mais do que estamos dispostos a esperar. Infelizmente, é comum ouvirmos pessoas que lutam contra homossexualidade falarem que cristãos as maltrataram e as criticaram de forma arrogante, sobre como elas foram mal recebidas dentro de igrejas. Claro que não devemos aprovar o estilo de vida dessas pessoas. Vimos hoje que a homossexualidade é pecado. Mas é nossa obrigação construir um lugar seguro e amoroso para conversas e transformação.
Precisamos entender que a Bíblia não é uma ferramenta para ganhar argumentos, mas um livro para mostrar Cristo. Pessoas são pessoas, e elas sofrem profundamente com a homossexualidade — mesmo que elas não queiram admitir. O amor verdadeiro irá falar a verdade, mas também irá criar relacionamentos que mostrem paciência e amor.
Precisamos enfatizar que Deus nos dá uma nova identidade, novos desejos, novo propósito, satisfação. Nós precisamos mostrar a elas algo melhor. Cristo é melhor. É importante nos incluirmos na conversa, mostrarmos que não somos melhores, que todos precisamos do mesmo Salvador. Isso irá criar um ambiente seguro e amoroso para pessoas se abrirem com relação a esse assunto.
O maior pecado que alguém pode ter não é a homossexualidade — é incredulidade. Nesse sentido, todos nós nascemos iguais, e precisamos da mesma solução — um Salvador, Jesus Cristo. Isso precisa nos mover a compaixão e a humildade.
Editorial de Gustavo Henrique Santos
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