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Passando Por Um Adultério

A infidelidade conjugal desencadeia um processo de horror e sofrimento indescritíveis.  Lança a pessoa traída em um turbilhão de emoções que alternam entre raiva e medo. Essa sensação de ruptura profunda é explicada pela Bíblia quando fala da união de duas pessoas em "uma só carne", uma aliança que o adultério parte ao meio, fragmentando a confiança e a intimidade.

 

Deus leva muito a sério a união conjugal. Genesis 2.24 narra o fundamento do casamento: união de um homem e uma mulher, que se tornam uma só carne. Em Êxodo 20.14, o sétimo Mandamento proíbe o adultério. Apesar da clareza de Deus nesta proibição, por diversas maneiras o homem ainda cria mecanismos e modos de adulterar, como a pornografia, por exemplo. Jesus, em Mateus 5.27 e 28, apresenta um entendimento mais profundo sobre o princípio da Palavra de Deus, indicando que se até mesmo olhar o próximo com pensamentos lascivos, já adulterou.

 

O adultério é assunto sério para o Senhor! Contudo, há esperança em Jesus para quem adulterou e para quem foi vítima. Há perdão em Jesus! Há restauração pela graça de Jesus!

 

Esse texto não esgotará o assunto, mas irá dar um norte e apontará para a esperança que há em Jesus para os que passam ou já passaram por isso.

 

Coragem Para Falar

 

O primeiro passo fundamental para a cura é falar sobre o fato. Procurar alguém que possa ajudar, uma pessoa madura, um pastor ou um conselheiro de confiança. Expressar honestamente o sofrimento, como Davi no Salmo 55, não é um sinal de fraqueza, mas um ato de fé que aproxima a pessoa de um Deus que também conheceu a rejeição e compreende a dor. Davi expõe bem o que está dentro de si:

 

“Inclina, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica.

Atende-me, e ouve-me; lamento na minha queixa, e faço ruído.

Pelo clamor do inimigo e por causa da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim a iniquidade,

e com furor me odeiam. O meu coração está dolorido dentro de mim,

e terrores da morte caíram sobre mim. Temor e tremor vieram sobre mim;

e o horror me cobriu. Assim eu disse: Oh! Quem me dera asas como de pomba!

Então voaria, e estaria em descanso. Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.”

(Salmo 55.1–7)

 

Há a real necessidade de que a pessoa que foi vítima de adultério entenda a necessidade de abrir seu coração para que seja tratado, reconheça a necessidade de ajuda para não cair em amargura, ansiedade ou medo paralisante.

 

O Adultério é Perdoável e Exige Confiança em Deus

 

Uma reação inicial ao ter conhecimento do adultério pode ser a de negar ou suprimir a dor, impedindo assim a prática do perdão. Ainda que terrível, o adultério é perdoável. A jornada do perdão começa com a decisão de confiar em Deus para proteção e cura, em vez de se render à autoproteção, que é uma base frágil para qualquer relacionamento ou vitimismo. É um ato de fé clamar como o salmista: "Diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio" (Salmo 91.2). Esse perdão não é um evento único, mas um processo contínuo que exige a decisão diária de abandonar a amargura e se voltar para Deus, momento a momento. Para quem adulterou, o perdão em Cristo é real. Medo, vergonha e uma erupção de sentimentos serão seus companheiros. Satanás o acusará incansavelmente de seu ato. Arrependa-se de seu pecado e lembre-se do Salmo 51.17:

 

“Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado;

um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.”

 

Estratégias Práticas Para a Mudança

 

Navegar pela crise da infidelidade requer sabedoria e ações concretas. A primeira estratégia é acalmar-se e evitar decisões precipitadas que possam gerar arrependimentos futuros. É vital buscar conselhos de um pastor ou de um conselheiro experiente que possam oferecer boas instruções em meio à turbulência de sentimentos.

 

É igualmente crucial estabelecer limites claros para o cônjuge infiel; a restauração do casamento depende do fim por completo e inequívoco do relacionamento adúltero. A indecisão por parte de quem traiu deve ser entendida como uma decisão contra o seu cônjuge e contra Deus.

 

Outro passo essencial é examinar-se a si mesmo, não para assumir a culpa pelo pecado do cônjuge, mas para reconhecer as próprias contribuições para o enfraquecimento da relação, lembrando de que Deus usa as provações para fortalecer a nossa fé (Romanos 8.28–39).

 

Por último, é preciso conversar sobre o que aconteceu. A cura demanda que a ferida seja limpa, por mais doloroso que isso seja. O objetivo não é rememorar detalhes destrutivos, mas garantir uma confissão completa para que o perdão também seja completo, espelhando a magnitude do perdão de Deus, que "...afasta de nós as nossas transgressões..." (Salmo 103.11 e 12).

 

Lembre-se de Que Jesus Faz Novas Todas as Coisas

 

Embora a restauração seja uma estrada longa e difícil, não é um caminho sem esperança. A mensagem central do Evangelho é a de renovação e ressurreição. O mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos (Efésios 1.18–20) está disponível para dar nova vida a um casamento ferido. Um casamento que sobrevive à infidelidade pode, de fato, sair mais fortalecido e belo, tornando-se um testemunho visível da graça de Deus. É preciso apegar-se à promessa de que "Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido" (Salmo 34.17 e 18), confiando que, com perseverança, suporte e fé, a restauração é possível.

 

Editorial de William Rubial 

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Textos para reflexão:

Êxodo 20.14; Provérbios 6.24–29; Salmos 9 e 103; Mateus 5.27 e 28; João 8.3–11; Romanos

8.28; 1 Coríntios 6.18 e 7.2; 2 Coríntios 7.10; Gálatas 5.19; Efésios 4.32 e 5.25, 29; Colossenses 2.1–15; Hebreus 13.4 e Apocalipse 21.8.

 

 
 
 

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