Páscoa — O Cordeiro Glorificado

“... e cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de pegar o livro e de quebrar os selos,

porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes;

e eles reinarão sobre a terra.”

(Apocalipse 5.9 e 10)

No início deste capítulo, presenciamos uma cena magnífica. Deus está assentado em Seu trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos vinte e quatro anciãos, que O adoram com louvor incessante. Em Sua mão está um livro selado com sete selos, o qual ninguém é digno de abrir ou sequer de olhar para ele… ou assim parece! Mas então surge o Leão da tribo de Judá, o Cordeiro de Deus que foi imolado, de pé entre o trono e os anciãos. Ele toma o livro da mão de Deus, demonstrando Sua vitória sobre a morte.

Ao tomar o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostram-se diante dEle em adoração, oferecendo as orações dos santos como incenso diante de Deus. Eles entoam o cântico citado acima, adorando o Cordeiro que é digno de toda adoração.

Logo após este cântico, há uma descrição de uma exultação épica ao Cordeiro. Havia incontáveis milhares de anjos. É uma cena inimaginável. Nem mesmo o mais renomado diretor de cinema seria capaz de recriar fielmente essa imagem descrita aqui. E, como se isso não bastasse, João afirma logo em seguida que ouviu toda criatura no céu, na terra e debaixo da terra louvando o Pai e o Cordeiro.

Vamos observar mais de perto o que esta cena revela sobre o Cordeiro glorificado de Deus e o que isso significa para nós. Nesta passagem, vemos que Jesus é o único digno de toda adoração e louvor; que Jesus resgatou, com Seu sangue, pessoas de toda tribo, língua, povo e nação; e que Jesus nos constituiu reino e sacerdotes para o nosso Deus.

Jesus é o Único Que é Digno

Somos completamente incapazes de nos libertar do pecado. Não conseguimos pagar o preço exigido por nossas transgressões. Somente Jesus pôde — e de fato pagou — a penalidade pelos nossos pecados: a morte na cruz. E, em resposta a isso, devemos viver de maneira digna dEle (Colossenses 1.10).

“Viver ‘dignamente do Senhor’ significa agir de modo a demonstrar quão digno, capaz, gracioso e poderoso é o Senhor.”¹ Não vivemos de forma a exaltar a nós mesmos, mas a Jesus. “A única vida que agrada a Deus e que pode ser vitoriosa é a vida dEle — nunca a nossa, por mais que nos esforcemos.”²

Jesus Redimiu Pessoas de Todas as Nações

Jesus morreu por nós quando ainda éramos pecadores, inimigos de Deus. E fomos declarados justos pelo Seu sangue, salvos da ira por meio dEle (Romanos 5.6–11).

“Não preciso viver em culpa ou no pecado. Há um Salvador que bebeu o cálice da minha culpa até a última gota e tomou sobre Si meu castigo. Ele me perdoou e posso viver livre.”²

E não apenas eu fui resgatada, mas também pessoas de toda tribo, língua, povo e nação. O Salmo 96.3 e 4a diz: “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. Pois grande é o Senhor e muito digno de ser louvado”. Nosso Senhor merece ser louvado por Sua grandeza em todas as nações, por todos os povos. Sua igreja não é composta apenas por um grupo étnico, mas por todos eles! Essa maravilhosa salvação não nos foi dada para ser guardada em segredo, mas para ser compartilhada com todos os povos ao redor do mundo.

Jesus nos Constituiu Reino e Sacerdotes Para o Nosso Deus

Finalmente, vemos que Jesus nos tirou do reino das trevas e nos transferiu para o Reino de Deus, o Reino da luz. Esse Reino é oposto em relação aos valores do mundo. E, como sacerdotes, somos embaixadores do Reino de Deus. Em Efésios 4.17–32, vemos uma nova ordem: nos despojarmos do velho homem e nos revestirmos do novo, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

Enquanto o mundo incentiva a mentira, nós falamos a verdade. O mundo rouba, mas nós trabalhamos para compartilhar com os necessitados. E, enquanto o mundo está cheio de palavras amargas e impuras, nós devemos falar apenas o que é bom para a edificação. Perdoamos assim como Deus nos perdoou. Tudo isso é estranho ao mundo em que vivemos, mas não somos cidadãos deste mundo — somos cidadãos do céu!

Reflexões:

1. Como é uma vida digna do Cordeiro? E como isso se compara à sua vida neste momento?

   
   

2. Como você responde ao pecado em sua vida — aquele pelo qual Jesus já pagou na cruz? E como sua resposta ao pecado afeta os outros? Muitas vezes evitamos confrontar o pecado por orgulho ou medo, mas quando o enfrentamos, tanto em nós como nos outros, podemos experimentar a libertação, por causa do Cordeiro de Deus!

3. Quais crenças do mundo se infiltraram em suas crenças? No que mais o Reino de Deus apresenta valores opostos aos deste mundo? (Por exemplo: “os últimos serão os primeiros”; “o Rei veio para servir e não para ser servido”; etc.).

Editorial de Amanda Monteiro 

¹Walk Worthy of God – John Piper

²The Calvary Road – Roy Hession