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Que seu zelo pela política não o consuma

Atualizado: 27 de out. de 2018

Uma das grandes marcas do período eleitoral deste ano é o crescente volume de discussões relacionadas a candidatos e propostas. Seja por meio de mídias digitais ou em conversas pessoais, é notório que a maioria das pessoas tem demonstrado possuir uma forte opinião sobre o assunto. Uma preocupação particular surge quando os cristãos se envolvem nessa área, visto que se trata de um terreno pantanoso em que muito facilmente desenvolve-se discórdias devido à comunicação pecaminosa e/ou orgulho dos diferentes participantes. Isso não quer dizer que cristãos não devam falar de política e, sim, que devem tomar certos cuidados para não pecarem. Pense, seu discurso:


Demonstra amor ao próximo?

Ao falar, sua preocupação é consigo mesmo ou com o próximo? Você quer provar o seu ponto de vista ou auxiliar o próximo na tomada de decisão? Certamente, o evangelho nos concita a tirar o foco do eu e servir ao próximo (Marcos 10.45; Romanos 14.7). Neste contexto, significa ouvir mais do que falar (Provérbios 18.2,13; Tiago 1.19,20), não revidar (Provérbios 15.1; Romanos 12.21) e ser cuidadoso na forma de comunicação visando não causar escândalo, principalmente aos fracos na fé (Romanos 14.13; 1 Coríntios 8.9,13). Portanto, avalie como você pode servir para auxiliar, em amor, pessoas do seu convívio, principalmente irmãos em Cristo, a refletir sobre política.


Transmite ira santa?

Muitas vezes, as pessoas tentam justificar sua “indignação” como sendo um zelo ou uma ira santa, por estarem defendendo o que julgam ser valores do reino, como se a ira do homem produzisse a justiça de Deus (Tiago 1.20). No entanto, a ira santa de Deus descrita na Palavra é marcada por misericórdia e paciência (Neemias 9.17; Naum 1.3), justiça e santidade (Jó 34.10) e a ira santa de Cristo é sempre acompanhada dEle fazendo o bem ao próximo (Mateus 21.14-16; Marcos 3.5). Para que a sua ira seja santa, você deve obedecer à Palavra inteiramente. Avalie: ao se engajar em uma discussão com alguém, você consegue ter disposição para abençoar aquela pessoa? Afinal, não pode sair água doce e amarga da mesma fonte (Tiago 3.11).


Revela submissão ao governo de Deus?

Adoramos entrar em discussões teóricas sobre a soberania de Deus, porém, como ela aparece de forma prática na nossa vida? Sabemos que as autoridades são instituídas por Deus (Romanos 13.1-3), conduzidas por Ele (Provérbios 21.1) e que Ele é quem verdadeiramente reina no universo (Salmos 47 e 93). Seu discurso é de alguém que confia nisso ou de alguém que põe mais fé em um candidato ou em um sistema humano? Por exemplo, ele está honrando as autoridades que Deus instituiu?


Fala a verdade em amor?

A Palavra de Deus nos orienta sobre a necessidade de falar a verdade em amor (Efésios 4.15,25). Isso quer dizer que você deve verificar a procedência das informações e, principalmente, fazer um discurso honesto. Você não deve omitir ou exagerar fatos nem mesmo dar mais ênfase do que um assunto deve ter. Você não deve usar métodos falaciosos ou pressão sentimental para provar seu ponto de vista. Avalie: Você está criando um retrato verídico do candidato ou você está criando uma imagem distorcida conveniente aos seus propósitos? Além disso, não nos esqueçamos do “em amor”. Cinismo, zombaria, brincadeiras tolas, falatórios inúteis, maledicência, linguagem torpe ou maliciosa (até mesmo obscena) não devem fazer parte do discurso do cristão (Provérbios 26.18,19; Efésios 5.4; Colossenses 3.8; 1 Timóteo 6.20). Evite tudo o que não serve para edificar as pessoas (Efésios 4.29).


Por fim, a Palavra nos diz que as discussões vêm dos prazeres que militam na nossa carne (Tiago 4.1). As discussões políticas não são diferentes. Qual desejo da sua carne você está satisfazendo ao se engajar nessas discussões? Por que você quer tanto que seu candidato seja eleito? Portanto, antes de tornar a se engajar em novos debates, peça para Deus esquadrinhar seu coração e te revelar se há pecados envolvidos (Salmo 139.23,24).


Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante



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